“Olhando por nós…” surge como título de um artigo que se pretende simples, afectuoso e principalmente sincero.
Quando me foi pedido para colaborar no Azoglin do nosso agrupamento resolvi aproveitar este espaço para reflectir sobre um outro lado da educação, o dos afectos.
Actualmente as nossas crianças e jovens passam a maior parte do seu tempo em actividades e principalmente na “casa” escola. A agitação frenética dos dias de hoje onde se circula apressadamente sem olhar para o lado, e apenas programados para concretizar de forma eficiente as nossas tarefas espelha-se claramente na agitação e ansiedade com que cada vez mais nos deparamos na sociedade de amanhã.
A escola acaba por se concretizar no local onde não somente se aprendem conteúdos programáticos e se projectam futuros como também e principalmente o local onde se desenvolvem afectos. A escola não opera unicamente , como principalmente é sentida e vivida.
A este respeito gosto particularmente de uma citação de Brazelton e Greenspan (2002),
“As emoções são, de facto, os arquitectos, os dirigentes, ou os organizadores internos da nossa mente. Dizem-nos como e o que pensar, o que dizer e quando dizer, e o que fazer. Nós «sabemos» coisas através das nossas interacções emocionais e depois aplicamos esse conhecimento ao mundo cognitivo. (p.31)”
É relevante salientar que o desenvolvimento intelectual e afectivo, são indissociáveis. Assim motivar os alunos torna-se muito mais fácil quando nos sentimos motivados e aplicamos emoção e convicção nos conteúdos que pretendemos que sejam assimilados pelos nossos alunos.
Deste modo, creio ser essencial que a escola se constitua enquanto instituição promotora de redes de suporte social, educacional e individual. A estruturação da cidadania e do sentimento de ser e saber estar deve acontecer em primeiro lugar na família, mas igualmente na escola, transversalmente ao desenvolvimento de outras aprendizagens.
Somente assim a escola será sentida com inclusiva e particularmente harmoniosa.
Bem-haja a todos os que constituem a escola que olha pelos nossos alunos!
Técnica de Intervenção Local do PIEF, Mara Guerreiro.
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